quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

NATAL EM TRÊS ATOS


ATO I
Voz de Isaías


Vem, desde sempre esperado!
Como o sol que alegre chega,
Como a notícia da pessoa amada.

E de geração em geração
Se anuncia
Que um dia virá Àquele
Que sempre foi desejado.

Feras e criancinhas
Aguardam a hora de estar juntas
E celebrar na grande planície
A festa que terá lugar para todos
À sombra do Tronco brotado.


ATO II
Belém


Brilha a estrela mais bela.
O feno,
Macio e orgulhoso conforta o menino.
E o calor, vem da presença dos animais.

— Toma o Menino nas mãos Maria!
Os pastores estão cantando e vieram visitar.
E José na porta faz a acolhida, Gente de longe acaba de chegar.


ATO III
Eu testemunha

As luzes das fachadas
Não me permitem ver interiores.
Casas sombrias monetárias
Se escondem atrás de todo tremeluzir.

Os olhos ofuscados
Querem ver mais aparência
Quanto mais luzes,
Melhor a impressão.

Passa,
a Noite mais bela e
O encanto
Vai
Se
acabando.

E a Manjedoura,
Pequena e sem brilho algum
Continua acolhendo
Àquele que veio iluminar
Os moradores dos Jardins e das Periferias
Com a mesma intensidade.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

POR UM NATAL PARA TODOS

Cante agora,
Hinos, os mais belos
Corais diversos ou ser solitário.
Em catedrais ou viadutos
Iluminados com pequenas lâmpadas
Ou fogueiras de Natal.

Vejo por todos os lados
Vitrines, enfeites, cartões e presentes...
Mas meu coração aguarda,
Preparado em novena,
Aquele que vem.

Eis que vem a Alegria,
Para meio dos seus protegidos,
Acolhida pelos vencidos
No seio das marginais,
Onde correm crianças e carrinhos de papelão.

Verde e vermelho
Não colorem esse Natal!
Palha e cipó, em mãos kaingangs,
Também trançam presépios,
Árvores, estrelas e sonhos
Em tons de encarnação.

A paz e a justiça gritam sua ausência
Onde o Emanuel já foi anunciado, acolhido
E festejado em um Natal.
Farta seja a ceia de todos, todos os dias.
Pois, o banquete do amor
Já foi servido.
Abundante a solidariedade
Onde falta o pão, o lúdico, a palavra, o olhar.
Prósperas sejam as lutas
Pela igualdade e pelo respeito a toda forma de vida.
E que, a celebração do nascimento,
Daquele que trouxe vida e libertação a todos,
Na sua modéstia e humildade, volte a ser o Natal!

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)


(Este poema, escrevi em Dezembro de 2006 em Porto Alegre-RS. Um Natal que jamais esquecerei...)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

NATAL DA MINHA INFÂNCIA

Os dias vão se cumprindo,
um a um
e mais um Natal se aproxima.

Lembro dos natais da minha  infância.
Que alegria era enfeitar a casa,
Fazer a limpeza do ano.
As paredes que ganhavam cores
enfeites eram poucos, 
os mesmos de anos passados,
as bolas de vidro e o pequeno presépio 
que sempre faltava alguma peça.

Novena, missa 
e família reunida na casa do Vovô.
E, a comida, era sempre a melhor do ano.

Passaram-se os anos,
tantos Natais!
Quem mudou?
Nós, ou o Natal?

Hoje, os presépios 
não encontram um lugar junto às vitrines.
As propagandas da televisão
não divulgam a Grande Notícia.
Os corais, nos ajudam a dizer:
Estamos em clima de paz!

Voltemos a Belém!
Maria e José não encontraram um lugar.
Os animais e a palha aqueceram o Menino,
humildes pastores foram visitá-lo,
Anjos cantavam:
Glória a Deus no mais alto do céu 
paz por toda parte!

Há ainda quem faça novena.
Na ainda quem busque sentido.
Natal é mistério!
Mistério revelado de amor!

Estamos em tempos
em que as luzes do Natal brilham muito,
mas nos dizem pouco.
Deixemo-nos guiar pela Luz verdadeira,
aquela que ilumina a todos!
Ela nos mostrará em que direção está Deus
E não nos fará desviar do caminho.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)



segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

CANTO DE LIBERDADE

Sem voz,
Sem palavras,
Cala em mim
Aquilo que me ensurdece.

Minha cela é iluminada,
Portas se abrem dentro e fora de mim,
Janelas sorriem pra rua,
E de noite abraço o luar.

Como pássaro me encontro,
Livre da gaiola,
Sem pesar migrando.
Livre entre cantos,
Cantar, cantar, voar.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)


sábado, 28 de novembro de 2009

ANIVERSÁRIO DO VOVÔ DITO

Hoje, com alegria fazemos memória da vida do nosso Vovô Dito Ramalho.
Não seriamos quem somos sem ele. Recordamos sua bondade, sua fé simples e suas histórias antigas sempre novas.
Do Céu Vovô, lembra de nós!
Suas netas que não esquecem do senhor, Fabiana, Rosa e Paula.

ELOGIO À BONDADE

Se a bondade tivesse um nome,
De Dito eu a chamaria,
Ramalho seu sobrenome,
Passos firmes ela teria.

Com balas no bolso,
Vi na porta ele chegando
Seu sorriso, sua bênção
Seu olhar pronunciando.

Simplicidade foi sua veste,
A partilha, sua conduta
Mais que tudo em sua vida
Fé em Deus e Nossa Senhora Aparecida.

Braços e pernas enrijecidos
Não impediram sua memória
De andar em tempos antigos
Lembro suas prosas,
Trago viva suas histórias.

(Rosa Ramalho, fsp)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O ROSTO QUE ASSUMISTE


O brilho dos teus olhos não te nega.
O sorriso de teus lábios não te esconde.
Tuas palavras são precisas.
Tua alegria é sincera.
Tua bondade não se oculta.
Assumiste o Rosto
E deste a ele o toque da doçura
Na medida que é tua.

Vejo a fidelidade dos teus dias
O sentido de tua prece
E a generosidade de teus gestos,
Que com tudo o que és,
Ofertas,
Sem limites, sem medida,
Como tudo que transborda.

E na procura de ser, és presença!
E na procura de dar, és partilha!
E na procura de servir, és como Maria!
E na procura de anunciar, és como Paulo!
E de comunicar com todo teu ser
Não te prostras,
Pois o ouro que brilha,
É Aquele que escolheste,
Como absoluto e supremo bem
Por toda a tua vida.


(Ir. Rosa Ramalho, fsp)

“Jesus passou fazendo o bem a todos.” (At 10,38)

domingo, 22 de novembro de 2009

BELEZA E ESPINHOS



Por que nos surpreendemos ao encontrar beleza
em meio às ameaças dos espinhos?
São eles proteção
para a fragilidade,
defesa contra invasores.

Não nos ferem
quando nos aproximamos com cuidado,
pedindo licença para tocar
naquilo que lhe é mais seu,
por isso, mais de Deus,
mais sagrado.

(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)


terça-feira, 17 de novembro de 2009

MELODIA E CANÇÃO


A música

Me leva, me leva para onde eu não quero ir.
Traz-me, lembranças de onde eu já fui,
E queria e não queria voltar.
Fala-me de coisas que não sei dizer,
De mundos que não conheço, mas que amo.
Isso tudo me vem de imediato, sem desejar,
Só sei sentir, ouvir.
Ela vem como um guia, às vezes me conduz,
Às vezes não, mas sempre me fala,
me cala ou nada me diz.
Ela me diz do todo que já sou,
do nada que sou e quero ser.
Pelo amor ela me encanta, pela dor me faz chorar.
Na crítica me leva a consciência.
Na sacra me leva a Deus.
E mais uma vez me leva e me traz,
Sonhos, saudades, lembranças, lugares, pessoas
Que quero re-encontrar.

(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)










segunda-feira, 9 de novembro de 2009

QUANDO O AMOR



Quando o amor se faz primavera,
A vida floresce em todo canto.
Pássaros salmodiam a criação,
Vida se renova neste coração.

Quando o amor se faz meta,
Tudo toma um outro sentido.
Se constrói a paz, comunhão,
Vida se transforma nesse coração.


Quando o amor se faz poema,
As flores fazem-se manto.
Tudo passa a ser inspiração
Vida se partilha nesse coração.

Quando o amor se faz fé,
Cada momento é um encontro.
Tudo se transforma em oração,
Vida se faz prece nesse coração.

(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

ARTE QUE COMUNICA FÉ



“O que vocês escutam em segredo, proclamem sobre os telhados.” (Mt 10,27)

Volto o meu olhar para este painel que a cada dia está a minha frente, silenciando-me, levando-me a oração. Penso que a arte tem esse dom. Ela se apresenta a cada pessoa de uma forma nova, sublime. Ela tem o poder de dizer o não dizível, de mostrar o imostrável, na sua imediatez ganha vida, na sua liberdade não há condicionamento. Por isso mesmo, sinto-me livre e desejosa de lançar sobre ele o meu olhar e o meu coração, e nessa relação construir uma outra obra, a da palavra, a da reflexão, a da poesia.
Ainda me lembro de minha primeira caixa de lápis de cor e de minha irmã mais velha Fabiana ao meu lado me ensinando como fazer surgir o verde usando o amarelo e o azul. Como pintar uma laranja misturando o amarelo e o vermelho. Essa foi a minha apresentação oficial às cores primárias. De apenas três cores resultam todas as outras, uma infinidade. Amarelo, azul e vermelho, eis as cores da comunhão! Perfeita comunidade da qual brota toda diversidade. Talvez, essas três cores que se destacam nesse painel querem dizer só isso: Comunicação é comunhão. Comunicação é relação. É gerar o novo sem perder a sua essência. É a comunhão que dá o colorido à vida. Eis a Trindade!
Essas três cores em traços se misturam formando uma cruz, uma antena, um cálice... e em cada símbolo meus olhos se abrem e vêem ainda mais; vêem vida entregue, anúncio, comunicação, morte e, por fim, tudo é vida, tudo é páscoa, é ressurreição!
Palavras ressoam baixinho, como chuva fina e constante penetrando meu ser: “...nós,
porém, anunciamos Cristo crucificado.” (1Cor 1, 23); “Podeis beber do meu cálice?” (Mt 20, 22); “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho.” (1 Cor 9, 16); Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade.” (Mc 16, 15). E, com elas, chegam pessoas e realidades que povoam meu coração: crianças, jovens, aqueles a quem o Evangelho ainda não chegou, os pobres e pequeninos ao quais Jesus mais ama. Assim, irrompe em meu ser o desejo de que as ondas que partem da Antena/Cruz, aquelas que irradiam o verdadeiro amor, sejam sintonizadas em cada coração e sejam transmitidas a partir deles, a todos.

“O Evangelho em todos os lares,
nos campos favelas,
em todos os lugares,
onde as ondas do amor
se fizerem chegar.”


Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp

domingo, 25 de outubro de 2009

UAI, MINAS GERAIS

Que desejo de viver nestas terras.
Banhar meus olhos de montanhas
e ouvir eternamente
um jeito carinhoso de falar.
Ocê sabe meu Deus, o quanto desejo.

Deliciar-me de doce e de arte.
Ouvir a viola sentida
e fazer aquela prece com intenção.
Viver de saudades e desejar sempre voltar,
ó Minas Gerais.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)




(Bastaram alguns dias para recordar com toda força uma paixão de sangue, uma paixão antiga. E depois de andar nessa Maria fumaça (Trem das águas) a paixão aumentou muito mais. Saudade é coisa que dói demais, Minas Gerais)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

VIDA RECICLADA


Vidro, papel, lata, papelão
Misturados no lixo
Amontoados sem ordem
Carregados sem motor.

Mulher e homem, criança, cachorro... Família.
Numa só via-sacra,
Aquela de todo dia
Rezada em jejum nos congestionamentos e calçadas
Das ruas e avenidas de nome.

Vidro, papel, lata, papelão
Misturados com a vida,
Transformados em pão,
Aquele de cada dia que vem de vez em quando.

Quem comenta essa vida?
Quem melhora essa sorte?
“Aquele que pode com isso, que aceite!”

Reciclada é nossa vida
Orgânica nossa esperança.
Braços que ganham força
Em cada amanhecer não visto
Através de janelas que não se abrem
Para o dia deixar-se contemplar.

É novo dia!
Vidro, papel, lata, papelão
Misturados na vida
Amontoados sem ordem
Carregados sem motor
Numa só via-sacra da quaresma de todo dia.


(Ir. Rosa Maria Ramalho)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ENTRE TODAS, ÉS TEREZA

Hoje é aniversário de uma pessoa que é muito especial para mim, Ir. Maria Tereza Souza, fsp.
Parabéns, Cumadi!!! Saúde e muitos anos de vida! Flores e Poesia de Romaria pra você!!!


Em suas veias,
Nem parece que só corre o vermelho,
O laranja se mistura com o verde,
O amarelo e o azul dão-se as mãos,
E as outras cores correm e desfilam
Dando vida
jorrando arte e poesia.

Em cada pincelada
É revelado um sonho, um encanto
Que só ela sabe dar.

Em cada risco um sinal
De que a arte fala no fundo
de que o amor é quem inspira
e redime todas as coisas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

MÊS MISSIONÁRIO

O que trazes como bem, 
Não te pertence. 
A verdade que carregas,
 Não é tua. 

Te lançastes neste mar 
Que te quer além. 
Qual fome queres saciar? 
Não te esqueças que és enviado (a). 
O tempo, por mais que corra, 
Não te afugenta. 

Não és somente tu que sofres 
E o sofrer não é tudo. 
É o amor que te leva a ser sempre mais, 
A dar sempre mais 
E dar até mesmo o que não tens 
E isso, ainda não será o bastante
Pois teu eu partir já é mensagem
E tua chegada é sempre esperança.

(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp) 


Ontem, iniciamos o mês missionário com a memória de Santa Terezinha do Menino Jesus. A Vocação Paulina é essencialmente missionária, pois somos Filhas de São Paulo, apóstolo e missionário por excelência. Recordo aqui Ir. Dolores Baldi e Ir. Stefanina Cilario, grandes missionárias Paulinas. Muito jovens, elas chegaram a nossa Terra sem nada, nada, nada, como sempre testemunharam. Tinham como bem o Senhor, o amor ao povo e a vocação paulina, por isso, suas sementes frutificaram. Obrigada, Ir. Dolores e Ir. Stefanina!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

IRMÃS MAIS VELHAS





Vou me aproximando sem pressa.
Tua presença não suporta atropelos.

Gosto de ouvir o silêncio de tua prece.
O teu interesse por meu dia.
O teu canto, já em meia voz!

E tudo o que deste,
Não foi demais.
Ainda guardas aquele pouco
Derramado em cada instante.

E me mostras que:
Servir vale a pena,
Viver vale a pena,
Quando não é para si.

(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)


(Escrevi pensando em vocês, Ir. Maris Stela, Wilma, Fidélis, Esther e tantas outras...)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

SOLIDÃO SERTANEJA


(Hoje bateu saudades do meu sertão...)

A casa distante,
Esgota argumentos.
A rede balança como pendulo,
Fora do ritmo emergente.

O céu conserva sua cor
E a terra sedenta, não esmorece,
Aguarda seu próximo gozo.

Vejo reservas de água despossuídas.
Caminhos que chegam
Onde desejamos ir
E horas marcadas de sol da sol
Perseverantes.

E quem produzirá a alegria da festa?
E os campos, cadê seus frutos?
E as jornadas, onde terminam seus consolos?

Ao fim do dia,
Quando tudo se põe,
Em silêncio e no recolhimento,
Uma prece se levanta:
“Senhor, dá-nos esperança!”


(Rosa Maria Ramalho)


sábado, 5 de setembro de 2009

Minha irmã

Hoje é aniversário de minha irmã, Fabiana (Nana). Estas palavras são pra você Nana!

MINHA IRMÃ

O silêncio reveste teus lábio,
mudos de palavras,
carregados de
[emoção, sentido e prudência]
medes o que falas,
mas não medes teus gestos
tua medida é
[a bondade, a paciência e amor].

..

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Frase interessante...

"Embaixo de um folgado tem sempre um sufocado. 
O folgado existe, pois tem um sufocado 
que faz por ele o que ele deixou de fazer".

terça-feira, 1 de setembro de 2009

APRENDIZADO


Permaneço calada,
Contemplando,
Observando e aprendendo.

A flor que se abre de mansinho,
Pétala após pétala.
A beleza não se improvisa.

A vela que vai se consumindo,
Até não sobrar nada de si.
E só lhe restar dizer: Eu fui luz!

O livro que se deixa ler,
Pois sabe que não é ele o seu próprio autor,
Nem tem em si a verdade absoluta.

O sol que nasce sempre novo,
sempre o mesmo.
E não tem preferências.

O que se diz e o que não diz.
Palavras não pensadas,
Provocam rupturas.

Cada pessoa é uma paisagem,
Desertos, jardins, casas e rios
Que juntos compõe uma tela.
E a gente, aprende a contemplar!

(Rosa Maria Ramalho)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

SOIS O AMOR, SEMPRE A ESPERAR



Dispersos são meus passos buscando,
Outras vias e atalhos
E Tu, sempre a me esperar.

Meus pensamentos vão de um lado para outro
Desejos do mundo, preocupações, lembranças.
E Tu, sempre a me esperar.

Sentimentos inconstantes me invadem
Paixões novas e antigas voltam a perturbar.
E Tu, sempre a me esperar.

Quando o medo é presente
Fecha meu sorriso e não sou capaz de prosseguir.
E Tu, sempre a me esperar.

E a tristeza quando chega, toma conta de tudo.
Meus olhos não conseguem a esconder.
E Tu, sempre a me esperar.

Não desistas de mim!
Pronuncia Senhor uma Palavra
Que devolva brilho aos meus olhos
E traga a alegria de volta ao meu coração.


(Rosa Maria Ramalho, fsp)




sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Brincar com Jesus - 4ª Edição


A obra contém onze sugestões de desenhos em torno dos diversos aspectos da vida de Jesus, tal como pode ser vista por uma criança nascida e criada em ambiente cristão, numa espécie de pré-catequese. Parte do princípio de que o menino Jesus é Deus e mostra, em seguida, como foi criança, semelhante a todas as crianças, objeto especial do seu amor. A bondade de Jesus se manifesta, em seguida, pelo seu amor da natureza, o cuidado que dispensou às pessoas doentes e famintas, ajudando a todos que necessitavam. Como toda criança, Jesus gostava de receber presentes e de rezar, entretendo-se com Deus Pai. As crianças devem seguir o seu exemplo.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

MIGRAR

O meu canto,
entôo baixinho,
estou aprendendo a cantar.

Minhas asas são brancas,
velozes.
Leves como a seda
suaves, como o algodão.

Como alcançar as alturas?
Desejo então voar em bando.
Quero fazer meu ninho,
quero ser passarinho.
Cantar, abraçar o céu e
no inverno migrar, sempre de novo.
Fazendo um V entre as nuvens e
algazarra sobre as árvores.

Aqueles compassos que agora eu canto
fui compondo por instinto.
Sem pressa, no aconchego dos meus ninhos.
Eles falam de saudade,
eles falam de amor.

Olha aí quem vem chegando
pra me fazer companhia
pra cantar com nova melodia
os versos que acabei de compor.

(Rosa Maria Ramalho, fsp)



sexta-feira, 7 de agosto de 2009

SALMO 76


Penso em vossas maravilhas, ó Senhor!

Recordando os grandes feitos do passado,
vossos prodígios eu relembro, ó Senhor;
eu medito sobre as vossas maravilhas
e sobre as obras grandiosas que fizestes.

São santos, ó Senhor, vossos caminhos!
Haverá Deus que se compare ao nosso Deus?
Sois o Deus que operastes maravilhas,
vosso poder manifestastes entre os povos.

Penso em vossas maravilhas, ó Senhor!
...
A literatura não muda o mundo, 
mas sim as pessoas. 
E as pessoas mudam o mundo.
(Mário Benedetti)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

FLORES DE INVERNO

Quando a primavera chegar,
Que chegue com ela às flores,
o canto dos pássaros, novos amores.

Se o inverno demorar a passar,
nele também se encontram flores
próprias de seu tempo.

Todas as flores têm seu tempo para abrir,
todo sofrimento tem seu tempo pra passar
todo amor a eternidade pra durar.

As folhas caíram,
outras nascerão no seu lugar,
assim a vida se renova e o tempo se vai.

Se a primavera chegar
e a sombra do inverno estiver no coração
não poderei vê-la.

O pássaro não cantará em vão,
o sol não deixará de brilhar,
nem a flor de desabrochar
se eu não abrir as janelas do coração.

Diante da luz tudo se mostra,
com o coração aberto, tudo se vê:
trilhas na escuridão,
flores próprias de seu tempo.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)



(Fotos de minha amiga Luciane Omura - Japão)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

DEVOLUÇÕES


Basta um primeiro raio
Para devolver cor e sentido
A tudo o que se mostra.

As páginas transcorrem nas mãos
E letra por letra, palavra por palavra
Devolvem e ganham significados.

Calma e silenciosa
A semente devolve à espécie
Sua descendência.

Cobrem o céu como um manto
Pontuado de brilho
Devolvendo a noite um encontro com a luz.

Os registros de momentos
Imprevistos ou marcados
Agora revelados, devolvem lembranças.

(Rosa Maria Ramalho)


segunda-feira, 27 de julho de 2009

ELEVAR A VOZ

(Pensando em Dom Helder)

São palavras de vida
Que degustas e recolhes.
Plantar sementes para o amanhã
E esperar que árvores cresçam,
Dia após dia,
Silenciosas.

Eis que uma voz se levanta.
Ela vem calma, terna, profética!
Como frutos maduros e engravidados
São suas consoantes.

(Rosa Ramalho, fsp)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

PAZ

“A paz esteja com vocês”.
Nada pode nos roubar a paz.
Nem uma palavra dita fora de lugar,
Nem um olhar que não seja de compaixão,
Nem um gesto que não seja de estender a mão
e nos levantar.
Se estamos em paz,
Estamos em Deus e Deus em nós!
A paz do Cristo!
A paz da paz de estar em Deus.
A paz de ter feito o bem que devíamos fazer.
A paz da palavra firme, dita por amor.
A paz do olhar que vê além de tudo e se mostra humano.
A paz da mão perfurada de dor.
A paz do lado misericordioso.
A paz dos pés, machucados, mas a caminho.
Paz da paz, paz de estar em Deus
E Deus conosco, cada dia.
Paz!
Demo-nos a paz!
Paz se dá!
Ninguém nos pode roubar!
Cristo é nossa paz!
(Rosa Maria Ramalho)


terça-feira, 21 de julho de 2009

LENDO POESIA

Não leia um poema 
querendo ler o poeta. 
Ao contrário, deixe-se ler. 
Reconheça suas loucuras, 
seu desejo de dizer 
o que pensa e como pensa
sem pudor e com graça. 
Permita-se desenhar palavras 
e colher sorrisos e espantos. 
Mergulhe em profundidade: 
na solidão e na dor. 
Como aquele que procura 
o mais profundo de si 
e quando o encontra 
descobre-se obscuro e inacabado,
como uma construção apenas começada, 
como uma pedra preciosa 
ainda por lapidar.

(Rosa Ramalho, fsp)

Lendo poesia, deixe-se ler


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Aos meus Amigos e Amigas...

Gostaria de escrever a cada uma e a cada em particular... mas como o tempo não me permite, com apenas duas frases expresso a vocês minha gratidão:
Obrigada por você ser meu amigo, minha amiga! Eu não seria a mesma sem você em minha vida.

Inicio esse blog, de Romaria no dia dos amigos, partilhando alguns poemas.

REENCONTRO

O céu matiado de azul esperando.
Os pássaros numa só revoada dizendo.
E aquilo que sinto,
Escapa de dentro de mim.
O olhar recuperou o seu brilho.
Os passos aceleram como os instantes.
E o coração desesperado,
Aguarda o momento.

Ansiosas são as horas quando espero.
Todo meu ser se curva,
O pensamento se volta
Para a estrada de onde vens.

Quero que venhas como és.
Teu jardim quero ver,
E tuas mãos tocar
Como quem toca o céu
E se mancha de azul.

(Rosa Maria Ramalho, fsp)

ABRAÇO DE DEUS


E abraçada de infinito por inteiro,
olharei para tudo
e direi obrigada.
Em volta,
sinto o aroma de todas as presenças.
Os olhos,
só conseguem ver azul.


Os ouvidos,
só acolhem o bem.
As mãos se abrem
para receber tudo como presente.
Os pés,
caminham na direção almejada.
E abraçada de infinito por inteiro,
olharei para tudo
e encontrarei o Céu em cada um.


(Rosa Maria Ramalho, fsp)