quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

UM DIA PARA CONTEMPLAÇÃO

UM DIA PARA CONTEMPLAÇÃO


Voltas teu olhar para o céu
Em busca de ver de onde vem
O canto repetido de um pássaro.

As nuvens vão tomando seu lugar
E aguardando aquela hora.
As folhas balançam
Com o vento.
E o sol ora aparece
Ora se esconde
Como se fosse criança.

O barulho dos carros é distante
E até parece que toda criação
Percebe que esta
É uma tarde de domingo.

(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)


Escrevi este pequeno poema em meu último retiro anual, (Janeiro 2011)
 contemplando Ir. Inácia na sua sacada de seu quarto olhando para o Céu.
Ir. Inácia, obrigada por seu testemunho de serenidade e alegria paulina. Descanse em paz!


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

VIDAS




VIDAS

Eu gostaria de ter a tua simplicidade, Rosa.
A tua missionariedade, Verônica,
A tua inteligência, Bernarda,
O teu silêncio, Elza,
O teu sorriso, Pedrina,
O teu amor ao apostolado Luiza, eu quero.

Queria trazer aqui outros nomes
Outros dons, outras histórias.
Passos e olhares que várias vezes
Se cruzaram com os meus.

Palavras que trocamos,
Preces que fizemos juntas
Numa mesma intenção.

E como a uma chama,
Contemplo agora as tuas histórias
E vejo nelas, pessoas humanas,
Limitadas e santas.
Comunicadoras a caminho, que como Paulo,
Alberione e Tecla,
Sempre desejaram O ENCONTRO.
Obrigada, Irmãs!

 
(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)

Uma pequena homengem às minhas irmãs paulinas brasileiras falecidas neste ano de 2011.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

LADAINHA À APARECIDA

Senhor, tende piedade de nós!
Jesus Cristo, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

Nem as águas,
nem os dias,
nem a escravidão.
Agora nos sentimos libertados,
depois de termos achado,
a imagem da Conceição.

Não às correntes,
não a opressão,
não a injustiça.
Eis quem vem em nosso socorro!
Ferida como nós!
Mulher da nossa cor.

Mãe sim!
Mulher sim!
Negra sim!
Livrai-nos da exclusão,
livrai-nos dos preconceitos.
Mostrai-nos Jesus!

Valei-nos Nossa Senhora!
Estrela, Arca, Porta e Consolo.
Espelho, Rosa, Refúgio
e dos Apóstolos Rainha,
Rogai por nós!

Mãe de Jesus,
Mãe dos pobres,
Mãe Aparecida,
Mãe sempre perto,
Mãe sempre nossa.
Rogai por nós!

Ó Cordeiro de Deus,
que tirais os pecados do mundo,
Perdoai-nos, ouvi-nos, tende piedade de nós, Senhor.

E por fim a nossa prece,
Que pedimos em novena
e clamamos em romaria.
Que saibamos estender nossas mãos aos pobres
e seguir a Cristo com perseverança.
e que pela intercessão
da Bem-aventurada Virgem Maria
Alcancemos a paz.
Eis o nosso desejo,
para nós e nosso povo.
Amém!

(Ir. Rosa Maria Ramalho)




terça-feira, 23 de agosto de 2011

ROSA, A SANTA



Isabel, acaso precisavas de um outro nome
Para atestar a tua beleza?
Já não eram vistos aos olhos de todos
A tua face,
O teu olhar,
A tua intenção.

Mas agora, é por Rosa que te conhecemos,
O teu nome te descreve e não te guarda.
Humana, carregada de espinhos.
Santa, voltada para Deus.
Tiveste uma cor própria,
Uma beleza única
E te desabrochaste
Por inteiro, com o perfume e a linguagem
De quem ama e se sente amada.

(Rosa Maria Ramalho, fsp)

domingo, 14 de agosto de 2011

COLCHA DE RETALHOS


Penso cada dia
Como um pedaço de retalho
Que acrescentamos
Na colcha da vida.

Tem gente com frio
E precisa desse calor
Que só tu podes dar.

E quando pois
Estiver toda completa
Começarás outra da mesma,
Ponto por ponto
Até que um dia
Completes tudo diante de Deus.
(Rosa Ramalho, fsp)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

PONTES CONSTRUÍDAS

Pontes fazem elo,
ligam duas partes, 
encurtam distâncias,
conectam realidades
separadas fisicamente,
mas unidas por dentro.

As pontes não são naturais.
Pontes são construídas.
Pontes são destruídas.
Pontes levam e trazem,
lembranças, saudade,
novos destinos e direções.

Há pontes geográficas,
que cruzam rios ou vales.
Há pontes imaginárias,
que ligam pessoas e culturas
fazendo com que 
abismos e águas agitadas
não se tornem empecilho 
para se chegar à outra margem
e fazer uma demora.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)




Ponte Engenheiro Gilberto Paim Pamplona sobre o RIO TIETÊ - Pongaí-SP
Por essa ponte, passei incontáveis vezes, ela me fala de saudades...

terça-feira, 12 de julho de 2011

MOMENTO

Refugiou-se todo ser nesse agora,
Não há mais dia sem a marca
E o toque do sublime.

Cobrem-me véus
De mar e de lua
Cantos de matina
E sorrisos de chegada.

O vento fere a rosa que se encostou no muro.
As luzes no alto dos prédios
Não me falam de outros mundos.

Entre passos e setas caminho,
Em busca de
Refúgio e encontro,
De faces voltadas para o Sol.



(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)

Rita, amiga sempre! Peguei sua foto de Cássia para ilustrar o poema. Obrigada!

terça-feira, 17 de maio de 2011

MEU OUTONO


Já era tempo, as folhas avermelharam,
Amarelaram e caíram,
Já era tempo.

Tem gente que ganha a vida plantando árvores
Tem gente que ganha a vida recolhendo folhas de outono.

Certezas não tenho muitas,
Pois meus sentidos não vêem a seiva
Só apalpam galhos secos, só isso.
Sei quem me dará a alegria
De ver meus galhos floridos.

Se minhas raízes estão no chão,
Não tenho medo,
A geratriz me suporta
E me alimenta com seus seios de vida
Até que eu veja a primavera
e possa colher flores
e oferta-las como as folhas
que deixei cair.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)

domingo, 8 de maio de 2011

HOMENAGEM ÀS MÃES

Diante de ti,
os adjetivos se curvam e calam.
Teu silêncio te preserva e protege.
Teus braços multiplicados,
tuas mãos abertas te revelam.

Procuro palavras
para dizer o que quero.
E os gestos são insuficientes.

E de tudo o que trago,
Como bem ou como fardo,
Tem tudo de ti,
Tem tudo de origem
Tem tudo de mãe.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)


(Minhas avós Amélia e Maria José - Minha mãe Geni)

sábado, 23 de abril de 2011

PRECE PASCAL

Antecipados flagelos.
Antecipada dor.
De prematura Cruz!

Injustos golpes.
Dor a ser tratada
Com doses curativas
Do supremo amor
Abraçado na Cruz.

Nela,
Deste-nos palavras
Para gritar.
Meu Deus! Meu Deus!
Até quando! Quem é por nós!

Deste-nos Mãe!
Eis a tua Mãe!
Eis nós, teus filhos e filhas.
Mãe das Dores!
Mulher das graças!
Ícone da Palavra na prática.

De nossas cruzes
De nossos fardos
O peso carregamos.
E experimentados na fraqueza que somos,
Pedimos:
Dá-nos força!

E no Domingo,
Quando o primogênito raio de luz despontar
Voltaremos nosso olhar,
E em tudo veremos Vida.
Senhor da Vida!
Deste-nos olhos para ver além!


(Ir. Rosa Ramalho, fsp)

Cláudio Pastro

terça-feira, 5 de abril de 2011

POEMA DE ANIVERSÁRIO


Recolho todos os dias
Todas as horas
Cada amanhecer
Como uma bênção!
Recordo palavras e Presenças
Dos meus e de outros,
Sabores de vida
Como se tudo pudesse ser ofertado
Através de minhas mãos.

E aprecio cada ano
Como um jardim
Com muitas sementes e mudas
Trazidas e plantadas sob um solo meu
Transformado e agraciado
Com toda espécie de tempo.

É preciso que se lembre
Que os dias não são fragmentos
Mas a continuação de um projeto feliz
Arquitetado por Deus,
Detalhe por detalhe
E dado a mim como um dom,
Para que com o que sou
Eu possa executá-lo.

(Rosa Ramalho, fsp)


quarta-feira, 30 de março de 2011

DESCRIÇÃO

E por olhar o céu por inteiro.
E por buscar da lua uma face luminosa,
descrevo-te.
E onde tu estiveres,
construirás uma casa.
A solidez e o significado das palavras,
buscam tornar-se eternos,
como um nome dado.
Ofertas flores régias como as águas,
 alimento como os campos e a sede,
de Deus e de tudo, como o sertão.
E por teus lábios,
dizes  o belo de tudo.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)


segunda-feira, 28 de março de 2011

CAFEZAL INTERIOR

Da infância,
o agradável cheiro branco do cafezal florido.
A gostosa brincadeira de comer grãos vermelhos.
E de se esconder e brincar na plantação.
Os grãos torrados e moídos
Gostosa e despertável bebida.
Do Evangelho a comparação
Se o grão de café não se deixar
Torrar e moer
Não haverá alegria depois,
da bebida, da companhia.
Cafezais interiores.

(Ir. Ana Paula Ramalho, fsp )




quinta-feira, 17 de março de 2011

SAUDADE...

Deus mora na saudade.
Ali, no mesmo lugar onde o Amor e a Ausência se assentam.
E a saudade a gente não pode criar.
Ela nasce do sopro do Espírito.
E a gente sabe que é coisa do Espírito
porque os olhos mudam...
O coração também...
(Pe. Francisco Falcone)
(Encontrei essa preciosidade, dentro de um livro. Ela está escrita na lembrança do falecimento do Pe. Francisco Falconi, um homem que só se sentia bem e feliz no meio dos pobres.)

quarta-feira, 16 de março de 2011

PARA QUALQUER FORMA DE DESPEDIDA

Um dia, eu sei. 
Ele será mais escuro do que os outros. 
Será longo, imprevisto, não desejado. 
Procurarei a sua face 
E a encontrarei em cada coisa. 
Ouvirei sua voz junto com o vento, 
Um sussurro em meus ouvidos. 
E seus passos estarão sempre 
Chegando a minha porta.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)


segunda-feira, 7 de março de 2011

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - AQUILO QUE ÉS

Não é a maquiagem
Que define teus traços.
Nem tão pouco a profissão
Que expressa teu dom.
És mulher!

Abres os olhos e comunicas tudo.
Abres as mãos e derramas
Um pouco de amor sobre tudo o que tocas.
És mulher!

Teus lábios, palavras de esperança.
Teus olhos, "espelhos de tua alma".
Teus ouvidos, acolhida.
Teu ombro, sempre consolo.
Teu ser gera vida!
És mulher!

E "grávida", sempre estás!
De sonhos,
de projetos,
de novas vidas!
És mulher!

E não importa onde moras,
As dores que carregas,
o que vives e o que sofres,
tens um jeito de enfrentar tudo,
Um jeito teu,
De mulher!


(Ir. Rosa Ramalho, fsp)


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

PARA DIZER: EU TE AMO

Tu não usas muitos rodeios para dizer:
Eu te amo.
Basta o sol a aquecer-me
e o céu azul cobrir-me com carinhos eternos.
Os jardins que vejo oferecem-me flores,
Daquelas que prefiro.
Nos sabores das frutas sinto o quanto és amável
Em oferecer-me o mel.
Mesmo quando estou só,
Sinto que me envolves por inteira,
Pois me conheces por dentro
E sabes sempre onde encontro-me.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)


sábado, 8 de janeiro de 2011

AS FLORES QUE PREFIRO


São flores simples as minhas preferidas
Margaridas e beijos fazem parte de meu jardim.
Sementes desconhecidas depositei na terra
E brotaram capitões de diversas cores
Neles, as borboletas pousam sem nenhum impedimento.

Dálias e rosas altivas
Presenteiam-me com suas cores.
Porém as dálias não escondem sua sensibilidade
Nem as rosas os seus espinhos.
Ambas com seu todo fazem parte do meu jardim.

(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)

Algumas flores do Jardim de minha Mãe