terça-feira, 5 de abril de 2016

AUTORETRATO

Tenho o nome da flor,
mas sou planta, roseira.
Em palavras não me descrevo, atrevo.
Gosto de me lambuzar comendo fruta no pé.
As palavras pra serem boas tem que ter aroma e sabor.
Minhas raízes cheiram café e tapioca
E conseguem bailar 
entre o baião e as modas caipiras.
Sou feita de perfume e espinhos
Mais de espinhos na verdade
Quem já me tocou sabe.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)