quinta-feira, 14 de junho de 2018

UMA SEXTA-FEIRA

O sino avisa
a chegada das horas
e o momento da prece.

O vento leva as folhas,
corta a pele e
balança as bandeiras juninas.

A sexta é fria e pede companhia.
As pessoas que comigo
esperam o trem 
não me veem.
Algumas falam sozinhas
e outras exclusivam seu olhar
para os aparelhos.

Estou em junho
e exposta ao frio,
mas ainda é outono
e as folhas caem
e o vento as leva...

As leva... 
Me leva e me deixa só
eu e meu lenço rosa,
meu livro e minha solidão.

Rosa Ramalho, fsp





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