Entro sem bater,
Minha chave abre tudo o que é meu.
Estou em casa.
Chego e me sento à mesa,
Serve-me o banquete que não degrada.
Alimento que se consome e divide
Com aquele que chega.
Da janela vejo estrelas no céu,
Que iluminam minha noite, meu poema,
Na face e na mesa.
Vejo-me acompanhada do Céu,
Vejo-me acompanhada de mim.
Vou ao encontro,
Preciso dessa palavra,
Preciso dessa prece.
Estou em companhia de quem amo,
De quem possui antes de mim a minha chave
E conhece como ninguém
Meus cômodos e meus porões.
(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)