segunda-feira, 9 de maio de 2016

EM CASA

Entro sem bater,
Minha chave abre tudo o que é meu.
Estou em casa.

Chego e me sento à mesa,
Serve-me o banquete que não degrada.
Alimento que se consome e divide
Com aquele que chega. 

Da janela vejo estrelas no céu, 
Que iluminam minha noite, meu poema, 
Na face e na mesa. 
Vejo-me acompanhada do Céu, 
Vejo-me acompanhada de mim. 

Vou ao encontro, 
Preciso dessa palavra, 
Preciso dessa prece. 
Estou em companhia de quem amo, 
De quem possui antes de mim a minha chave 
E conhece como ninguém 
Meus cômodos e meus porões.

(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)