sábado, 28 de novembro de 2009

ANIVERSÁRIO DO VOVÔ DITO

Hoje, com alegria fazemos memória da vida do nosso Vovô Dito Ramalho.
Não seriamos quem somos sem ele. Recordamos sua bondade, sua fé simples e suas histórias antigas sempre novas.
Do Céu Vovô, lembra de nós!
Suas netas que não esquecem do senhor, Fabiana, Rosa e Paula.

ELOGIO À BONDADE

Se a bondade tivesse um nome,
De Dito eu a chamaria,
Ramalho seu sobrenome,
Passos firmes ela teria.

Com balas no bolso,
Vi na porta ele chegando
Seu sorriso, sua bênção
Seu olhar pronunciando.

Simplicidade foi sua veste,
A partilha, sua conduta
Mais que tudo em sua vida
Fé em Deus e Nossa Senhora Aparecida.

Braços e pernas enrijecidos
Não impediram sua memória
De andar em tempos antigos
Lembro suas prosas,
Trago viva suas histórias.

(Rosa Ramalho, fsp)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O ROSTO QUE ASSUMISTE


O brilho dos teus olhos não te nega.
O sorriso de teus lábios não te esconde.
Tuas palavras são precisas.
Tua alegria é sincera.
Tua bondade não se oculta.
Assumiste o Rosto
E deste a ele o toque da doçura
Na medida que é tua.

Vejo a fidelidade dos teus dias
O sentido de tua prece
E a generosidade de teus gestos,
Que com tudo o que és,
Ofertas,
Sem limites, sem medida,
Como tudo que transborda.

E na procura de ser, és presença!
E na procura de dar, és partilha!
E na procura de servir, és como Maria!
E na procura de anunciar, és como Paulo!
E de comunicar com todo teu ser
Não te prostras,
Pois o ouro que brilha,
É Aquele que escolheste,
Como absoluto e supremo bem
Por toda a tua vida.


(Ir. Rosa Ramalho, fsp)

“Jesus passou fazendo o bem a todos.” (At 10,38)

domingo, 22 de novembro de 2009

BELEZA E ESPINHOS



Por que nos surpreendemos ao encontrar beleza
em meio às ameaças dos espinhos?
São eles proteção
para a fragilidade,
defesa contra invasores.

Não nos ferem
quando nos aproximamos com cuidado,
pedindo licença para tocar
naquilo que lhe é mais seu,
por isso, mais de Deus,
mais sagrado.

(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)


terça-feira, 17 de novembro de 2009

MELODIA E CANÇÃO


A música

Me leva, me leva para onde eu não quero ir.
Traz-me, lembranças de onde eu já fui,
E queria e não queria voltar.
Fala-me de coisas que não sei dizer,
De mundos que não conheço, mas que amo.
Isso tudo me vem de imediato, sem desejar,
Só sei sentir, ouvir.
Ela vem como um guia, às vezes me conduz,
Às vezes não, mas sempre me fala,
me cala ou nada me diz.
Ela me diz do todo que já sou,
do nada que sou e quero ser.
Pelo amor ela me encanta, pela dor me faz chorar.
Na crítica me leva a consciência.
Na sacra me leva a Deus.
E mais uma vez me leva e me traz,
Sonhos, saudades, lembranças, lugares, pessoas
Que quero re-encontrar.

(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)










segunda-feira, 9 de novembro de 2009

QUANDO O AMOR



Quando o amor se faz primavera,
A vida floresce em todo canto.
Pássaros salmodiam a criação,
Vida se renova neste coração.

Quando o amor se faz meta,
Tudo toma um outro sentido.
Se constrói a paz, comunhão,
Vida se transforma nesse coração.


Quando o amor se faz poema,
As flores fazem-se manto.
Tudo passa a ser inspiração
Vida se partilha nesse coração.

Quando o amor se faz fé,
Cada momento é um encontro.
Tudo se transforma em oração,
Vida se faz prece nesse coração.

(Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

ARTE QUE COMUNICA FÉ



“O que vocês escutam em segredo, proclamem sobre os telhados.” (Mt 10,27)

Volto o meu olhar para este painel que a cada dia está a minha frente, silenciando-me, levando-me a oração. Penso que a arte tem esse dom. Ela se apresenta a cada pessoa de uma forma nova, sublime. Ela tem o poder de dizer o não dizível, de mostrar o imostrável, na sua imediatez ganha vida, na sua liberdade não há condicionamento. Por isso mesmo, sinto-me livre e desejosa de lançar sobre ele o meu olhar e o meu coração, e nessa relação construir uma outra obra, a da palavra, a da reflexão, a da poesia.
Ainda me lembro de minha primeira caixa de lápis de cor e de minha irmã mais velha Fabiana ao meu lado me ensinando como fazer surgir o verde usando o amarelo e o azul. Como pintar uma laranja misturando o amarelo e o vermelho. Essa foi a minha apresentação oficial às cores primárias. De apenas três cores resultam todas as outras, uma infinidade. Amarelo, azul e vermelho, eis as cores da comunhão! Perfeita comunidade da qual brota toda diversidade. Talvez, essas três cores que se destacam nesse painel querem dizer só isso: Comunicação é comunhão. Comunicação é relação. É gerar o novo sem perder a sua essência. É a comunhão que dá o colorido à vida. Eis a Trindade!
Essas três cores em traços se misturam formando uma cruz, uma antena, um cálice... e em cada símbolo meus olhos se abrem e vêem ainda mais; vêem vida entregue, anúncio, comunicação, morte e, por fim, tudo é vida, tudo é páscoa, é ressurreição!
Palavras ressoam baixinho, como chuva fina e constante penetrando meu ser: “...nós,
porém, anunciamos Cristo crucificado.” (1Cor 1, 23); “Podeis beber do meu cálice?” (Mt 20, 22); “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho.” (1 Cor 9, 16); Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade.” (Mc 16, 15). E, com elas, chegam pessoas e realidades que povoam meu coração: crianças, jovens, aqueles a quem o Evangelho ainda não chegou, os pobres e pequeninos ao quais Jesus mais ama. Assim, irrompe em meu ser o desejo de que as ondas que partem da Antena/Cruz, aquelas que irradiam o verdadeiro amor, sejam sintonizadas em cada coração e sejam transmitidas a partir deles, a todos.

“O Evangelho em todos os lares,
nos campos favelas,
em todos os lugares,
onde as ondas do amor
se fizerem chegar.”


Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp