domingo, 20 de dezembro de 2015

AMOR AO NATAL

Gosto de Dezembro.
Gosto de casas e árvores iluminadas.
Gosto de novena.
Gosto de presentes.
Bons desejos.
Abraços, solidariedade...
Gosto de tudo isso porque amo e sigo Jesus.
Se não fosse por Ele...
Dezembro não teria graça.
As luzes não teriam brilho.
Os benditos não teriam fé.
Os presentes, gratuidade.
Os bons desejos, sincera intenção.
Os abraços, não teriam calor.
A solidariedade... não seria espontânea.
Jesus, Jesus!
Meu Tu!
Tão meu, tão menino!

FELIZ NATAL!
(Ir. Rosa Ramalho, fsp)


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

PRESENTE!

Chamados um a um.
Uníssonos: - Presente!
A cor da terra 
é de sangue
e é guardada 
nos pés do peregrino.

A fonte sacia a sede 
e cura enfermidades.
O  verde da mata 
evoca gritos e cantos.

O golpe é certeiro.
O sino, permanece calado,
mas coração de mártir fala.
No peito, 
nas mãos.
Nas chamas,
permanece vivo.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)


82ª Romaria do Caaró/RS - 2015

domingo, 8 de novembro de 2015

RAÍZES

Tenho terra embaixo de minhas unhas.
No fundo de meus olhos paisagens,
a Estrada Boiadeira,
os cafezais floridos e interiores.
Em minha boca, um jeito próprio de falar.
No meu andar, tenho ritmo.
E aos poucos...
fui bordando e costurando a minha vida.
Ponto a ponto - - - - - -
- - - - - - com linhas coloridas
em tecido de algodão - - - - - .
(Ir. Rosa Ramalho, fsp)




domingo, 12 de julho de 2015

DENTRO DE MIM


Eu poderia voar, tenho asas.
Andar entre as nuvens,
Vestir-me de arco-íris,
E tocar o infinito levantando a ponta dos pés!
Em mim cabem todos os mundos,
Todas as histórias,
Todos os abraços.
Sou feita de melodias, açúcar e fragrâncias.
Tenho um céu dentro de mim! 


(Rosa Maria Ramalho, fsp)




Este poema é uma legenda desta imagem.

Aline Ruediger

domingo, 26 de abril de 2015

SENDO ASSIM


            Muito mais que a estatura física e as características externas, precisamos levar em consideração, aquilo que as pessoas são em sua essência. A família onde nasceram, a cultura na qual cresceram, seus sonhos e planos para o futuro... Sua história de vida.
            Costumam dizer que sou simpática, atenciosa, prestativa, sincera, ousada, alegre. É o que costumam dizer... Sem que necessariamente eu seja sempre assim, pois concordo com Clarice Lispector quando diz: “Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar.”
Penso que definir-se, seja limitar-se pois tudo muda o tempo todo. Entretanto, nesta fase de minha vida, digo que sou como um pássaro fortalecendo as asas para vôos mais altos e distantes. Asas que custam voar além do que já consigo, penas que doem enquanto crescem, desafios que me fazem ter vontade de só ficar no ninho...
            Sou uma mulher que sonha, que falha, que luta, que reza, que briga, que ama. Sou todas as fases da lua, as quatro estações do ano, os sete sentidos aflorados; todos de uma só vez.
            Conhece bem a mim, quem antes conhece a si. Sabe como sou, quem abriu seu coração e me recebeu na verdade nua e crua, sem esperar algo em troca... Apenas pela gratuidade e na reciprocidade.
            Sou a transparência do riacho na mata, a verdade dita no olhar, a simplicidade da margarida sem perfume, a bondade da criança que oferece seu carinho a quem nunca viu, a honestidade de fazer o bem no anonimato, a teimosia de crer que é teimoso quem teima comigo, o ciúme do filhinho mais velho ao ver seu irmão recém nascido no seio na mãe, o drama tenebroso feita aquela cena com música de suspense, a loucura de ser sempre a mesma, sendo diferente.
           

Aline Ruediger – Abril/2015



MORRENDO E RESSUSCITANDO

Emudeceu-me.
Escapou por minhas frestras
A segurança.
E meus porões aparentam vazios.
Nem apegos, nem embriaguez.
Quero ter outra chance,
Quero possuir novamente,
Para desfazer-me de tudo,
Como no começo.

(Ir. Rosa Ramalho, fsp)


sexta-feira, 6 de março de 2015

O VENTO


Em um balanço branco, de dois lugares, estou sentada a observar um jardim. Um jardim e sua diversidade. Paro uns instantes e penso neste mesmo lugar esverdeado e florido, quando ainda não era o que é. Barro vermelho e aterrado, mas que na sua essência, também era belo. Pastoso, pedregoso, seco ou com lama, alaranjado vibrante.
Ali, pronto para a qualquer momento, ser modificado, transformado. A sua frente um muro, atrás, uma casa. Quem sabe uma piscina ou calçamento seria uma boa ideia? Nem um e nem outro. Apenas sementes e paciência. Herdei do meu pai, esse amor pela natureza. De ver além do que ela apresenta.
Ele sempre me explicou que tem tal planta deve ser posta abaixo de outra, pois não gosta de calor. Aquela outra que por se desenvolver mais, precisa ser replantada do vaso para um espaço maior. Ainda aquela que prefere uma terra mais úmida e que combina com a beira do rio. Essa frutífera perto do muro, para conseguirmos colher quando der frutos. Talvez perto de onde os pássaros gostam de cantar, para que tenham alimento...
A grama a crescer, esperando ser aparada. Árvores, de tronco fino, comprido, enrugado ou liso. Com outras flores penduradas. Folhas coloridas, formatos variados, cheiros diferentes, texturas distintas.
            A semente germinando tanto nos ensina: o cuidado com a terra, o adubo, o tempo certo para plantar. Depois, o sol, a chuva, as pragas. Como viveriam somente de sol, se é com as tempestades que crescem? A água infiltrada, o vento dando a forma.
O vento... Estou quase chegando à conclusão que as melhores ‘coisas’ são como o vento. Não a vemos, apenas as sentimos – como sentimentos sem descrição.
E ainda sentada a observar um jardim, o comparo com uma família ou com a vida comunitária. Onde cada um(a) tem seu jeito, formato, dons e limitações, mas que com paciência e se ajudando mutuamente, crescem e progridem juntos. E o mais fascinante... Tornam a vida mais bela, tipo como o vento, sem descrição.


Aline Ruediger – Fevereiro/2015


POUSO EM SI

 
 Na minha poesia
 Meus porões 
 Janelas e cantos.
 
 É preciso espera
 Até que tudo seja desnudado.
 Tal semente da fruta
 Tal nome de quem se aproxima.
 
 A moldura esconde imperfeições 
 A insônia traz-nos companheiras
 E nuvens escuras no céu 
 Se desmancham.
 
 Passos esperados
 Adjetivos redundantes
 Tocam suave
 Qual o colorido das 
 Asas que pousam na rosa.
 
 De meus apegos
 Tomo posse sem remorsos,
 Perdendo tudo e possuindo
 Mesmo que por alguns instantes.

(Rosa Ramalho, fsp)


APAIXONE-SE PELA VERDADE!



Tive uma fase na vida, que cansada de justificar e argumentar algumas coisas, eu mentia. Não lembro bem, mas era pré-adolescente, talvez com uns 11 anos. Tudo começou com uma mentirinha de nada, que foi tornando proporção e que chegou num momento que eu já não sabia o que havia mentido. Ao mesmo tempo que eram situações complicadas, estarei mentindo se disser que não era divertido. Talvez fosse divertido pelo embaraçamento que aquilo causava e também pela minha criatividade de reinventar outra mentira e mais outra e outra.
Mas se tratando de mentir uma ou outra coisinha a meu respeito, é diferente de mentir para ou de alguém – especialmente quando se trata de mentir para si mesma. Quando acima cito que tudo começou com uma mentirinha, trago como exemplo a mentira da minha idade, quem sabe a descrição do lugar onde moro e etc. Mentiras aparentemente tolas, mas que se tornavam uma bola de neve que não derretia rapidamente.
Quando dei por mim, que estava mentindo demais e que aquilo fazia mal a mim e as pessoas que eu convivia, já havia passado um ano. E aprendi que mentir é feio, da maneira mais trágica possível.             
Ali, no auge do ‘descobrimento do mundo’, apaixonei-me por um grande amigo – aquele tipo que te faz despertar novos interesses, apresentando novas bandas, novos amigos, fazendo você tomar gosto por outro estilo de vida, cultura... Te levando a festas, convidando para viajar e sendo parceria em todos os momentos. Apaixonei-me e nossa amizade foi seguindo em frente. Foram anos de cumplicidade, mas nada além de amizade. Ele dizia que a amizade é um amor que nunca morre e que poderia me magoar e vice-versa e apesar de termos tido vivido muitas situações, o respeito e o carinho mútuo permaneciam.
Cadê a mentira nesse episódio tão inocente e singelo? Por aquelas tantas histórias e andanças, conheci muita gente! Pessoas que passaram por minha vida e deixaram marcas na maneira de ser e de levar a vida... Jovens e adolescentes de cidades diferentes e que se encontravam virtualmente ou combinavam algo toda semana.
Indas e vindas, comum em qualquer grupo que convive e se relaciona, tiveram ocasiões de conflitos, seja por ciúme, inveja ou divergências de opiniões – mas, friso e faço valer, as partilhas de vida, as fotografias, os aprendizados, as novidades, inúmeras vezes o sorriso, a música, o filme, o abraço, o consolo e a diversão.
Com os sentimentos aflorados e até devido a felicidade que sentia por fazer parte de uma turma tão dinâmica e cheia de diferenças parecidas, eu costumava dizer “Eu te amo” para todo mundo. Claro que era todo mundo que eu gostava e queria perto de mim... Porém, um longo tempo depois, quando declarei meu amor por esse amigo, ele me respondeu direto e objetivamente: “- Eu posso acreditar nisso? Você diz que ama todo mundo!”
Obviamente que a conversa não terminou ali. Ele pôs-se a contar suas experiências passadas, a importância de discernir o que verdadeiramente sentimos e de como a verdade dita com compaixão é capaz de fazer-se apaixonar por ela.

Aline Ruediger – Dezembro/2014


domingo, 22 de fevereiro de 2015

PASSASTE POR MIM E TE DEIXASTE

Para minhas mesmas palavras
Trouxeste melodia.

Despertaste o melhor de mim
Com um toque.

Roubaste minhas melhores horas
E devolveste-as
com sabores e fragrâncias de festa.

Tua prece trouxe-me graças.

Epifanias fizeste em mim
E trouxeste-me de novo
Como na origem.
(Ir. Rosa Maria Ramalho)


domingo, 8 de fevereiro de 2015

FRAGRÂNCIA

As palavras que não
Suportam a boca
Enchem a mente
Como a casa de perfume
Como a janela de claridade
Como o sabor do que se prova.

Os passos na porta
Uma prece
O abraço duradouro e eterno como um nome.
Na textura do toque 
Ou na palavra de verdade 
Encontro-me:
Só 
Outra 
Achada.

Não é preciso muito,
Mas o suficiente
Para que se torne presente
E se guarde tudo
Como um anjo.

(Rosa Maria Ramalho)

Este poema pertence à quem deixou o seu perfume em mim.