segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

NATAL DO SENHOR - Com Ele, tudo ganha sentido!

No Princípio...
A PALAVRA.
Aquele que nasceu entre os animais
Aquele que mãos feridas tocaram,
Veio nos trazer esperança.

No Princípio...
A VIDA.
Ele veio para nos recordar
que somos todos irmãos e irmãs
de uma mesma carne
"Pastores e Reis"
chamados a partilhar um mesmo pão,
Pão que é "pão nosso".

No Princípio e para sempre...
O AMOR.
A manjedoura
é da mesma matéria da cruz.
E em ambas a nossa vida
ganha sentido.
No Presépio e no Jardim da Ressurreição,
A Palavra ecoa: Amor.
Não existe outro caminho,
Só aquele do Amor.


Onde a minha vida ganha sentido?
No Natal, celebramos a primeira vinda do nosso Senhor e continuamos vivendo na espera da sua segunda vinda.  Todavia, neste mesmo tempo, no hoje da nossa história, vivemos a sua vinda nos nossos corações, a cada instante, nos Sacramentos e nas suas infinitas mediações.

 Ele vem! O segredo é a atenção à essa vinda que acontece agora, nesse minuto em que você lê esta mensagem, certamente, uma entre as milhares de Natal espalhadas por aí. O segredo é a atenção, é viver um respiro por vez. O segredo é crer que o Senhor, assumindo nossa humanidade, a assumiu com tudo da nossa vida, da nossa história. Por isso "a manjedoura é da mesma matéria da cruz. E em ambas, a nossa vida ganha sentido".

Do nosso nascer, ao nosso viver, ao nosso morrer e ressuscitar. Tudo ganha sentido na criança frágil da manjedoura, no homem sofredor da Cruz... Tudo ganha sentido. Nascemos para o Mais! Não nos contentemos com os pacotes de presente deste Natal. Acolhamos o único presente que pode nos dar a Salvação. Só Ele pode voltar ao passado e preencher os vazios e sanar as feridas. Só Ele pode entrar no presente e enchê-lo de sentido. Só Ele vê o nosso futuro e contempla já em nós o Seu Rosto. Sim, só Ele é Jesus, o Deus que salva!! Deus com a gente!

Com alegria, desejamos a você 
um Santo Natal e um Feliz  2020!
Ir. Ana Paula Ramalho (Reflexão)
Janine Boaventura (Desenho)
Ir. Rosa Ramalho (Poesia)
Três olhares sobre a Palavra


sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

São José, o patrono do verdadeiro "Eu te amo"

Ser justo tem um custo:
o preço do amor.
Amor entalhado
como a madeira
em tuas mãos.

O Anjo do Senhor
falou em sonho.
O Anjo do Senhor
disse sereno:
"Não tenhas medo, José!"

Pronunciar teu nome
remete-nos à casa,
à acolhida.
Ave José!


O Evangelho deste 4º Domingo do Advento merece uma contemplação demorada: saborear e nutrir-se de cada palavra, de cada respiro, de cada silêncio. Decidimos então, falar pouco neste domingo, porque assim nos inspira José.  E contemplamos a sua angústia, a sua prudência, sensibilidade e obediência. Porém, dele não ouvimos uma só palavra. De fato, de José não temos uma fala escrita nos Evangelhos, porém, fala soberanamente a abundância e a eloquência dos seus gestos, das suas atitudes.

Atualmente parece ser muito fácil dizer "eu te amo" e colocar mil corações em nossas mensagens cotidianas. No entanto, de José não temos nenhuma palavra, nenhum coraçãozinho pulsando. Mas dele temos gestos tão concretos de amor, de aceitar "perder" Maria, para "ganhar" a Salvação para todo o seu povo.  Em José, temos uma escola de escuta sensibilidade à voz do Senhor que a ele se revelou em sonhos.

Em José temos uma escola de resposta ao plano de Deus: ele acolheu todas as consequências do seu sim, alegrias e preocupações, apoio e críticas. Em José, temos disposição a toda prova: ir a Belém, procurar incansavelmente um lugar para Maria dar à Luz Jesus, fugir para o Egito, retornar à Nazaré, ir para Jerusalém, retornar para procurar o menino perdido, ensinar à Jesus uma digna profissão... José não tem preguiça. José tem atitude! José é pai!
José diz "Eu te amo" com a vida, com decisões, com amor concreto.
E nós nos calamos tentando compreender e aprender dele a entalhar o verbo amar na madeira do nosso dia a dia, dos nossos encontros e relações. Ave José, intercede por nós!




Ir. Ana Paula Ramalho, fsp - Reflexão
Janine Boaventura - Desenho
Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp - Poesia
Três olhares sobre a Palavra






sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

3º DOMINGO DO ADVENTO - Vem, Senhor Jesus e nós vamos!

És Tu?
Que abres nossos olhos 
e nos fazes caminhar?
Que abres nossos ouvidos 
e curas nossas lepras?
Que nos ressuscitas e dizes 
que a Boa Nova é de todos?
Sabemos quem és, e por isso dizemos:
Vem!
Vem e nós vamos!

Vamos às cidades e aos seus porões,
nas periferias existenciais e do pensamento,
onde falta o pão e a Palavra.
Vem, Senhor Jesus e nós vamos!


És Tu?
Esta pergunta nos leva a um tema muito caro à tradição da nossa fé: o discernimento. Que não se trata somente de um processo de tomada de uma decisão. Certo, o discernimento é a arte de decidir por excelência, mas com o Evangelho desse III Domingo do Advento (Mateus 11, 2-11) gostaríamos de propor o discernimento que concerne à ação de Deus na nossa vida.

Dediquemos um tempo para olhar o nosso momento presente, dar atenção ao que se passa no nosso exterior e interior.

Um primeiro passo: a atenção aos sinais externos: existe vida ao meu redor? A resposta de Jesus à pergunta de João Batista é um exemplo: Jesus apontou os sinais concretos de salvação, de vida no meio do povo.
Um segundo passo: existe vida ou morte dentro de mim? Qual é a realidade que habita o meu interior? Amor? Ódio? Alegria? Tristeza? Paz? Consolação? Desolação? Serenidade?
A atenção ao que se passa dentro de minha casa me dirá claramente qual espírito me habita: O Espírito Santo que me leva à união com o Senhor e me traz sentimentos de paz, alegria, consolação, amor? Ou espírito do mal que me divide, trazendo tristeza, desolação, ódio e me separa de Deus e dos irmãos?
Um terceiro passo: O discernimento é uma arte que se faz em companhia. Com a nossa, que decide crescer na relação com Deus; com a companhia da Palavra que nos impulsiona e ilumina; com a companhia de um irmão ou de uma irmã, alguém habilitado pelo Espírito para nos ouvir e fazer as perguntas certas, aquelas que nos fazem crescer na relação com o Senhor e com o próximo.

Em síntese, o Evangelho deste Domingo nos entrega um itinerário de discernimento:
1- Fazer perguntas: "És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?".
2- Escutar (Ver) os sinais externos: "Os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdem ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciada a Boa Notícia".
3- Deixar-se questionar, deixar-se ajudar: "O que vocês foram ver no deserto?

E continuamos rumo ao Natal
Vem Senhor e nós vamos! Vamos em direção a Ti, Sol Maior, vamos em direção da cidade e dos seus porões, vamos às periferias, onde a Tua Luz chega, mas nós nem sempre queremos enxergar.
És Aquele que devia vir e nós somos aqueles que movidos por teu Amor devemos andar, caminhar... O Natal está chegando e és Tu a fonte da nossa Alegria. Sim, muitas vezes passamos pelo deserto, 
mas em Ti bebemos água corrente ao longo do caminho! (cf. Sl 110, 7)


(Ir. Ana Paula Ramalho, Janine Boaventura  e Ir. Rosa Maria Ramalho
Filhas de São Paulo 
Três olhares sobre a Palavra


sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

2º DOMINGO DO ADVENTO - A viver a, na e da Palavra

Ave Maria,
Ave Menina,
Ave Senhora,
Ave cheia de graça,
de dores e de consolo.
É puro o coração
que acolhe a vontade de Deus.

Casa da Palavra,
Mãe e irmã de todos,
Olhos abertos, solidários.
É puro o coração
que se deixa habitar por Deus.

Pés em saída,
abraço e canto de esperança
para os pequenos.
É puro o coração desprendido
e sempre a caminho.




Pureza rima com Beleza, que rima com Amor, que rima com Maria!

À medida que o amor cresce em você, a beleza também cresce. Pois o amor é a beleza da alma”. Santo Agostinho

Celebrando a Solenidade da Imaculada Conceição ficamos extasiados diante da beleza da Mãe de Deus: Tota pulchra es Maria. E contemplar a cena evangélica da Anunciação se torna um empenho de toda a vida, pois jamais nos cansaremos de admirar tão grande e sublime Mistério. Deixemos que nossa Mãe Imaculada nos tome pela mão e nos ensine a ser de Deus, totalmente Dele, com limpidez e beleza. E quanto mais de Deus, mais dos irmãos.

É puro o coração que acolhe a vontade de Deus.
Maria buscou em tudo a vontade de Deus: o Amor! Como o girassol que busca o Sol. E se  este, acaso encontra obstáculos, cresce o mais alto que pode para alcançar a Luz do seu Senhor e louvá-lo com todo ser. Pureza rima com Beleza!

É puro o coração que se deixa habitar por Deus.
Neste Advento, busquemos o Senhor que se deixa encontrar, deixemos que a Sua Palavra entre em nossa "Nazaré" e gere vida em nós. Permitamo-nos descobrir a beleza do nosso coração que conserva a Palavra e encontraremos o Divino Hóspede no mais fundo do fundo de nós mesmos, lá onde habita o Amor.
Beleza rima com Amor!

É puro o coração desprendido e sempre a caminho.
É puro aquele que encontra Deus em todas as situações, é pura a mente que conserva a Palavra, é puro o coração que não guarda só para si o seu amor. A santidade é viver, não sobreviver! Na vida espiritual nos afogamos se permanecemos na superfície das coisas. Mergulhemos então! Nós somos feitos à imagem e semelhança daquele que é Amor, mergulhemos NELE, no Oceano da Sua misericórdia e deixemos que o coração bata e cumpra o seu papel: Amar! Amar concretamente, em saída, em subida e descida, se fazendo próximo, dando a vida, como Maria que visita Isabel.
Amor rima com Maria!

Um exercício antes de se adormecer
Todos os dias somos surpreendidos por tantos imprevistos, sofrimentos, problemas grandes e pequenos. Mas, no fundo de nós, o que permanece, o que dá sentido? O pensamento negativo, a culpa, os erros dos outros ou a certeza do Senhor que nos habita e nos acompanha em todas as situações?
Com a luz e a companhia do Espírito Santo, dedique ao menos alguns minutos do seu precioso tempo para descobrir a Palavra de Deus que habita o seu coração, principalmente nos sagrados minutos antes de se adormecer. Desconecte-se do smartphone e conecte-se com o seu interior. Procure recordar algum trecho da Palavra de Deus (uma frase, uma cena evangélica, uma única palavra, um gesto de Jesus, um salmo, etc.). Se começamos a recordar todas as passagens bíblicas que conservamos em nós, descobrimos a beleza da nossa mente que é capaz de hospedar a Palavra, do nosso coração que é capaz de amá-la e da nossa vontade que é capaz de transformá-la em gestos concretos de caridade. Maria, nossa Mãe Imaculada seja a nossa mestra nesta bela arte de viver a, na e da Palavra.


(Ir. Ana Paula Ramalho, Janine Boaventura  e Ir. Rosa Maria Ramalho)
Filhas de São Paulo
Três olhares sobre a Palavra